Loja tem ambulâncias, enfermeiros e centro cirúrgico.
Além de consertar as peças, empresas lavam roupinhas de bonecas.
Boneca em oficina do Pronto-Socorro das Bonecas
Quem tem filho sabe a dor de cabeça que um brinquedo quebrado pode causar. Para aliviar esses sintomas e deixar a criançada feliz, muitos pais voltam às lojas e compram bonecas, carrinhos e videogames. Poucas pessoas sabem, porém, que há “hospitais” com peças sobressalentes e técnicos especializados que, por um preço em conta, deixam os brinquedos como novos.
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Esses “centros cirúrgicos” são o paraíso para a criançada. Bonecas de todos os tipos espalhadas por prateleiras dividem espaço com bichos de pelúcia, carrinhos e motos elétricas. Em pequenas gavetas, parafusos e engrenagens dos brinquedos são categoricamente organizados – tudo para facilitar a vida dos “cirurgiões”.
E a fantasia é ampliada pelos proprietários dessas lojas. No Hospital das Bonecas, Brinquedos e Games, por exemplo, sete ambulâncias estão sempre a postos para “resgatar” carrinhos e bichos de pelúcia com problemas.
Jomar Pereira e Kauê, felizes com carrinho
consertado
Quando chegam à casa do brinquedo “ferido”, funcionários vestidos de enfermeiros colocam o objeto em uma maca e o examinam com estetoscópio. “Fazemos toda uma encenação para as crianças”, diz o empresário e proprietário do hospital, Leandro Primo Capelo, de 54 anos. “A ilusão faz parte da brincadeira”, completa.
O teatro ajuda nos negócios. Em média, 20 mil peças são consertadas por mês por 40 funcionários da empresa – que funciona há 73 anos e tem unidades na Penha, Zona Leste de São Paulo, Itaim Bibi e Brooklin, na região sul da capital paulista.
Valor sentimental
Alguns brinquedos acabam nas oficinas mais pelo valor sentimental que agregam. É o caso da boneca de louça da analista de redes Nazira Assaf, de 43 anos. “Tenho ela há mais de 15 anos. Ganhei de presente do meu marido no início de nosso namoro”, afirma. Ela levou o brinquedo, que está com a perna quebrada, até o Pronto-Socorro das Bonecas, Brinquedos e Eletrônicos, em Osasco, na Grande São Paulo.
Na mesma loja, o pequeno Kauê Augusto Martins, de 3 anos, foi com o pai, o bombeiro Jomar Pereira da Silva, de 47 anos, para pegar de volta seu carrinho de controle remoto vermelho. “Ele estava ansioso para voltar a brincar”, diz Silva, lembrando que o brinquedo foi um dos primeiros que o garoto ganhou. “Estava com saudade”, conta Kauê, contente com o veículo recém-saído da oficina.
Nos 25 anos em que atua no ramo, o empresário Bartolomeu Queiroz de Alencar, de 50 anos, trabalhou com todo tipo de brinquedo. “Antes eram mais engrenagens. Hoje é tudo eletrônico”, afirma. Diariamente, ele recebe entre 15 e 20 peças.
Mesmo com todos os novos tipos de videogames e quinquilharias eletrônicas, bonecas como a de Nazira continuam sendo a maioria das “clientes” de Bartolomeu. Os seis funcionários do empresário são especialistas em dar banho em suas roupinhas e também trocam cabelos, olhos, pernas e outras peças.
Para os funcionários, o trabalho é gratificante. “A alegria da criança quando recebe o brinquedo consertado é a reação mais linda do mundo”, diz o empresário Leonardo Capelo, de 56 anos, proprietário da SOS Brinquedos, loja com três unidades nas zonas Norte e Leste da capital. “Você vê a criança triste entregando o brinquedo. Quando recebe de volta, ela sorri e agradece.”
O resultado é satisfatório também para os clientes. “É muito bom. Vale a pena pois se consegue dar um jeito em brinquedos caros ou sentimentais”, diz a analista de redes.
Fonte: Globo
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