EM 2000, NICOLAS BERGGRUEN TEVE UMA ESPÉCIE DE "VISÃO" E PROMETEU DOAR PARTE DE SUA RIQUEZA. SEGUNDO O EXECUTIVO, SÃO AS AÇÕES QUE TÊM VALOR REAL
O que você compraria com uma fortuna de R$ 4,3 bilhões? Bem, a resposta de Nicolas Berggruen, um dos maiores acionistas da rede de fast food Burguer King e dono do dinheiro acima é: nada. Berggruen não tem casa, carros ou aviões. Seus poucos pertences são carregados em um saco de papel. Segundo o executivo, coisas materiais têm “apelo zero”. São as ações que têm valor real, disse Berggruen em entrevista ao jornal Daily Mirror.
Aos 50 anos, o executivo leva uma vida que muitos sem-teto gostariam de ter. Viaja pelo mundo, sai com mulheres bonitas e se hospeda em hotéis de luxo. Em apenas mês, chegou a se hospedar em 14 cidades diferentes, geralmente os lugares onde tem negócios.
A mais recente aquisição de Berggruen foi uma participação de R$ 2,5 bilhões no Burger King. Mas, apesar de sua riqueza, o magnata franco-alemão insiste que não precisa ou mesmo deseja bens materiais. "Possuir as coisas não é interessante. Viver em ambientes grandes para mostrar a mim mesmo e aos outros que sou rico tem apelo zero. O que tenho é temporário, já que estamos aqui apenas por um curto período de tempo. São nossas ações que vão durar para sempre. Esse é o valor real”, disse na entrevista
Berggruen nasceu em uma família privilegiada. O pai, Heinz, era um rico judeu comerciante de arte que fez amizade com Pablo Picasso, em Paris, em 1961. Desde cedo, Berggruen mostrou um lado rebelde. Foi expulso por insubordinação de um internato suíço, ao prometer que não iria aprender uma palavra de inglês, porque esta era a língua do imperialismo.
Anos depois, no entanto, ele mudou de ideia e passou a estudar finanças em uma universidade de Nova York (EUA). Em 1988, fundou um fundo hedge, o Alpha Investment Management. Mais tarde, criou o grupo Berggruen Holdings, o qual comprou fatias de empresas ao redor do mundo.
Um dos negócios de maior repercussão feito pelo grupo foi a aquisição da loja de departamentos alemã Karstadt. Berggruen comprou a loja por um euro, salvando 25.000 empregos ao investir R$ 115,7 milhões.
Em 2000, Berggruen teve uma espécie de epifania e prometeu doar parte de sua riqueza. Naquele ano, vendeu sua casa na Quinta Avenida, em Nova York, e sua ilha particular perto de Miami. A partir de então, passou a morar em hotéis.
Apesar da vida "simples", Berggruen está acostumado a conviver com os ricos e famosos. É promovida por ele a festa anual do Oscar, em LosAngeles, no hotel Chateau Marmont, onde se hospedam celebridades como LeonardoDiCaprio e Paris Hilton.
“Sempre passei muito tempo em hotéis, por isso começou a parecer mais fácil fazer isso (viver em hotéis). Me sinto mais feliz. Não sou tão ligado às coisas materiais. Tenho muito poucas posses. Felizmente, como um homem, você não precisa de muito.”
Berggruen é um dos mais de 50 bilionários que concordaram em ceder pelo menos metade de suas fortunas. Ele gasta milhões comprando obras de arte de Andy Warhol e Damien Hirst apenas para entregá-los aos museus. De graça! No ano passado, doou R$ 34,7 milhões a uma campanha para salvar a Califórnia de suas dívidas. Talvez uma instituição de ajuda aos sem-teto sejam o próximo item em sua lista.
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