Quem tem sonhos mais equilibrados tende a fixar melhor o que aprendeu durante o dia, mostram os resultados preliminares de um estudo conduzido pelo neurocientista Sidarta Ribeiro no Instituto Internacional de Neurociências de Natal.
Segundo a pesquisa, quem sonha pouco ou tem sonhos pesados - em muitos casos, pesadelos - retém menos informações na memória do que os que têm sonhos considerados “neutros”.
(Foto: René Blankenstein/stock.xchng)
Para chegar a essa conclusão Ribeiro treinou jovens para um jogo eletrônico violento. Após uma noite de sono, as pessoas foram entrevistadas sobre o que sonharam, e as que tiveram sonhos mais equilibrados foram aquelas que conseguiram um desempenho melhor ao jogar no dia seguinte.
De acordo com o pesquisador, o estudo mostra que os sonhos são usados pelo cérebro como uma forma de treinamento. Se o treino for pouco, tem pouca serventia, e se for excessivo pode causar fadiga ou estresse, perdendo seus efeitos benéficos.
“Os sonhos são simulações de situações possíveis, sejam elas boas ou ruins”, explicou o neurologista em uma conferência durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) que ocorre nesta semana em Natal.
Vestibular
Ribeiro conta que os dados obtidos apontaram para a mesma direção da outra pesquisa: em geral, quem sonhou que foi muito mal no teste (sonho ruim) ou sonhou que estava comemorando o resultado (sonho excessivamente bom) teve desempenho pior do que aqueles que sonharam com uma situação corriqueira do vestibular, como as questões que iriam cair ou a matéria que estava sendo estudada.
Nas escolas
O resultado, segundo Ribeiro, apontou que a soneca aumentou a memorização do conteúdo entre 5 a 10%. De acordo com o pesquisador, isso demonstra, na prática, os estudos neurológicos que apontam que o sono ajuda a transformar memórias temporárias em informações permanentes no cérebro.
Fonte: G1.globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário